Vamos falar sobre a Doença de Parkinson?
Essa semana, no calendário da saúde, foi o Dia Nacional do Parkinsoniano, e essa é uma ótima oportunidade para falarmos mais sobre essa doença que ainda desperta muita discussão sobre suas causas e que afeta a vida de aproximadamente 200 mil pessoas, especialmente os idosos, só no Brasil!
O QUE É? Parkinson é uma doença neurológica, degenerativa, crônica e progressiva que atinge o sistema nervoso central e compromete a capacidade motora. Apesar de ter incidência maior em pacientes com mais de 70 anos, pode iniciar a partir dos 55. CAUSAS Basicamente, o que acontece é que, como todas as células, os neurônios têm uma vida útil, mas diferente delas, não se reconstitui. Portanto, quando o sistema nervoso começa a sofrer com a degeneração causada pela deposição de proteínas no tecido nervoso e a morte dos neurônios (em especial, na área conhecida como substância negra), diminui a produção de dopamina, neurotransmissor que possui a função de controlar os movimentos finos e coordenados, levando aos sintomas relatados normalmente. SINTOMAS Os primeiros sinais da doença costumam ser notados apenas pelos amigos e familiares e incluem: - Rigidez muscular; - Distúrbios da fala; - Dificuldade para engolir; - Depressão; - Dores; - Tontura; - Distúrbios do sono, respiratórios e urinários. À medida que a degeneração avança os sinais ficam mais evidente e é possível notar: - A lentificação dos movimentos; - Redução da quantidade de movimentos; - Tremores nas extremidades das mãos; - Diminuição do tamanho das letras ao escrever. PESQUISAS Uma reclamação comum entre todos os pacientes que desenvolvem a doença é que, antes da perda do controle dos movimentos, surgem problemas gastrointestinais (como prisão de ventre). Isso deixou pesquisadores curiosos e resultou numa série de estudos recentes que investigam a relação entre as substâncias produzidas no intestino e seus possíveis efeitos no cérebro. Foi então que, ao analisar a microbiota (as bactérias intestinais) perceberam que ela controla mais do que a função do intestino, influenciando também a função das células imunes e a resposta inflamatória ocorrida no cérebro. O que eles identificaram é que, caso ocorra uma inflamação intestinal causada por um desequilíbrio dessas bactérias que habitam normalmente nosso organismo, ela pode causar pequenas rupturas que permitem que toxinas dessas bactérias cheguem à corrente sanguínea, fazendo com que a inflamação se espalhe do intestino para todo o corpo. Isso gera um estado de alerta em todo o corpo e leva a uma inflamação sistêmica, podendo atingir o cérebro. Nesse ponto, entra em cena uma substância que mereceu destaque nessas pesquisas: a proteína alfa-sinucleína, que aparecia em maior quantidade em pessoas propensas a desenvolver a doença. A teoria (entenda mais nesse artigo) é que a inflamação sistêmica disparada pelo desequilíbrio intestinal leva a agregação e deposição dessa proteína nas células do tecido nervoso. Assim, o aglomerado de alfa-sinucleína participa da indução da degeneração neuronal, que resulta em tremores e perda da mobilidade. TRATAMENTO E PREVENÇAO Apesar de todas essas pesquisas e da busca médica por explicações a respeito da doença, ainda não existe a cura e nem formas de prevenção. Porém com as formas de tratamento disponíveis, é possível controlar os sintomas. Fazer exercícios físicos regularmente, por exemplo, ajuda a preservar a qualidade dos movimentos. Comer alimentos que estimulam positivamente a microbiota intestinal, tais como iogurte natural e alimentos ricos em fibras, pode ajudar também. Mas não é só o corpo que pede atenção, a mente também precisa permanecer ativa, por isso leia, acompanhe o noticiário, jogos de raciocínio também são uma ótima pedida, porque além de tudo, são divertidos! Quanto ao tratamento, ele pode ser medicamentoso e até cirúrgico em alguns casos, varia de caso a caso e isso só pode ser direcionado por um profissional capacitado, tal como um geriatra. Além disso, associar outros tratamentos pode garantir uma qualidade de vida ainda melhor para os pacientes, por isso vale investir em fisioterapia, terapia ocupacional, terapia psicológica e fonoaudiologia para isso. Por último, se você apresenta sintomas e possui histórico familiar da doença, ou conhece alguém que tenha, não os atribua ao passar dos anos. Vamos cuidar da saúde juntos?