Cuidados com a pele da paciente com câncer de mama
Outubro chegou e a cor rosa provavelmente já está tomando conta de suas redes sociais. O Outubro Rosa serve como lembrete sobre a importância de conscientizar sobre o câncer de mama, sua prevenção e diagnóstico precoce.
Mas hoje vamos falar de algo que, muitas vezes, passa despercebido em meio ao turbilhão de preocupações que surgem com o diagnóstico: OS CUIDADOS COM A PELE!
A luta contra o câncer de mama pode ter muito impacto na autoestima das mulheres. O medo da queda do cabelo, a própria mastectomia, sua cicatriz, os efeitos do tratamento no corpo e na pele... essas são apenas algumas das situações que causam dúvidas nas pacientes submetidas a tratamentos através de rádio ou quimioterapia.
É por isso que o acompanhamento com uma dermatologista de confiança pode ajudá-las a enfrentar a doença com mais otimismo e qualidade de vida. Com a orientação de uma especialista e com o planejamento de estratégias de prevenção de danos à pele (ou tratamento, quando liberados) os cuidados com a pele, unhas, cabelos e outras ações, fundamentais nessa fase poderão evitar incômodos.
Se o tratamento for com quimioterapia, podem ocorrer vários efeitos dermatológicos, como ressecamento da pele, coceiras, alterações na pigmentação, surgimento de acne, síndrome mão-pé (ressecamento que pode causar rachaduras, vermelhidão, descamação), problemas nas unhas devido à baixa da imunidade, muita sensibilidade ao sol e a tão conhecida queda dos cabelos.
Já se o tratamento for com radioterapia, também pode ser desenvolvida a radiodermatite, como vermelhidão, descamação e até mesmo um tipo de queimadura que se desenvolve mesmo depois do tratamento, que é bem local, já que a característica da radioterapia é aplicar radiação apenas na região da mama diagnosticada. Então, antes de mais nada, é recomendado o uso diário de protetor solar, no mínimo, FPS 30. Na maioria desses casos é importante lavar o local com sabonete neutro, manter a área limpa e seca, evitar produtos à base de álcool e perfumes e evitar tomar sol no local. Apesar disso, o tratamento depende do grau de acometimento e é necessária a avaliação e recomendação formal e presencial de um dermatologista.
No entanto, alguns trabalhos, inclusive um desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia, mostram que a radiodermatite ocorre especialmente em mulheres com cor da pele morena e negra e foi descoberto que se essas pacientes receberem o tratamento na parte da manhã há um menor impacto na pele da mama, sendo sugerido um aspecto cronobiológico no desenvolvimento dessas manifestações dermatológicas.
As novas tecnologias disponíveis para os tratamentos dermatológicos também são importantes na melhora do aspecto estético das cicatrizes. As mais utilizadas são o laser fracionado ablativo e não ablativo, a luz intensa pulsada e o microagulhamento. A técnica cirúrgica da Subcision® também pode ser utilizada para os casos que as cicatrizes possuem retrações. Os procedimentos ainda melhoram a alteração de cor das cicatrizes, que podem apresentar-se muito claras, avermelhadas ou muito escuras.
Mas com algumas dicas simples é possível evitar alguns destes efeitos colaterais para lá de inconvenientes. Confira:
Queda de cabelo: o efeito colateral mais temido não pode ser evitado, mas o uso toucas de resfriamento ajudam a minimizar. A notícia boa é que após a liberação médica podem ser realizadas sessões de laser e intradermoterapia, com medicações e vitaminas, que aceleram o crescimento capilar.
Para evitar a coceira: Tome banhos rápidos e em água morna, não esfregue a pele na hora de secar, e para hidrate bastante (se ligue nas recomendações abaixo).
Para evitar o ressecamento de pele: use hidratantes específicos para o corpo e o rosto (recomendados pela dermato). Eles devem ser sem perfumes, hipoalergênicos e não-comedogênicos (não formadores de cravos);
Além disso, é importante se proteger do sol, com filtro solar, óculos escuros e chapéus e até mesmo com roupas com proteção UVA e UVB.
Para ter o melhor cuidado com a sua pele nesse momento, conte com nossa dermatologista Dra Camila Laranjo.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Dermatologia - RS
Revista Veja/Letra de Médico
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